segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Collor e Roberto Marinho. Outras reflexões sobre esta bela dupla.



Não é o pretexto desse blog publicar conteúdo ideológico, mas sim incentivar a reflexão de nosso leitores. Muitas opiniões pouco cercam as relações entre Collor e a Rede Globo. A famosa edição do debate em 89 é o capítulo mais conhecido. Acredito que o que você lerá abaixo é uma opinião diferente do que usual falar sobre esse episódio.Este texto, que pode ser encontrado no site fazendomedia.com.br, foi escrito por Roméro da Costa Machado,ex-funcionário da Rede Globo, e foi publicado em seu livro, Afundação Rede Globo. Leia um trecho do livro:
"Ainda hoje em dia, muita gente execra o ex-presidente Collor sem nem bem saber porque, acusando-o de modelo e exemplo de uma grande corrupção institucionalizada, mas ao mesmo tempo, estranhamente, não sabem identificar um único exemplo de corrupção, esquecendo até que Collor ganhou praticamente todas as ações contra ele na justiça, sendo inocentado de quase todas as acusações que lhes foram imputadas. E quando muito restou somente uma única e irrefutável acusação e "grande" exemplo de corrupção: um Fiat Elba.

Não se trata aqui de tentar inocentar o ex-presidente Collor, mas tão somente de fazer uma constatação: Todo o alarde em torno de um propalado mar de corrupção da administração Collor resume-se a uma grande campanha de mídia cujo único dado concreto é um reles Fiat Elba. (É pouco. É muito pouco)

Mas é só isso? Todo esse alarde de "mar de corrupção" só por causa de um reles Fiat Elba? E será que ninguém se interessa em saber como e por que Collor veio a ter essa fama construída pela mídia?

Primeiramente vamos aos fatos. Vamos reviver a história: Collor e Lula disputavam as eleições presidenciais quando num ato de pirataria e estelionato de mídia, manipulando a opinião pública, a Globo vergonhosamente editou o "debate", tirando as partes boas do Lula e privilegiando Collor, na clara intenção em influir na opinião da plebe ignara e eleger o parceiro e companheiro da Globo em negócios televisivos.

De fato, Collor foi eleito com as bençãos e influência da Globo e Roberto Marinho (inclusive o irmão de Collor, Leopoldo, era Diretor Geral da Globo em São Paulo). Entretanto, Collor tinha outras idéias, muito particulares, de como administrar o país e de como deveria ser o "império das comunicações".

Para começar, Collor seqüestrou a poupança do povo (mas depois devolveu), e deixou todo mundo com somente 50,00 na conta. E daí partiu para seu mais violento ataque: Sabendo que a Globo é uma entidade que depende essencialmente do governo (pois sem os "anúncios", reciprocidades e verbas públicas a Globo literalmente quebra), Collor tomou sua mais audaciosa atitude: Ousou quebrar a Globo, simplesmente cortando toda a verba publicitária governamental.

Isso levou a Globo ao pânico e temor profundo. A tal ponto que Roberto Marinho iniciou guerra franca e aberta contra o governo Collor, pintando-o das mais terríveis cores em seus noticiários. Até que, num profundo golpe de sorte, os estudantes do Rio de Janeiro foram para a rua protestar pela meia-entrada e pela carteira de estudante (liderados pelo então vereador do Rio de Janeiro, Edson Santos), quando então a Globo, aproveitando-se do fato, em novo estelionato de mídia, em plano fechado, passou a mostrar estudantes protestando como se fosse contra o governo Collor, trocando a história do protesto dos estudantes pela carteirinha, criando o "Fora Collor".

No dia seguinte, e nos dias que se sucederam, a Globo deu grande destaque ao Lindinho (Lindberg Farias), líder estudantil da UNE, inclusive e principalmente no programa da Xuxa. E a estudantada, como gado, influenciada pelos noticiários da Globo, alienada e querendo aparecer na televisão, saiu bradando pelas ruas, como que saído de um curral, o "Fora Collor", pintando os rostos e criando os "Caras Pintadas". (Tudo isso estimulado e dirigido pela Globo como numa peça de teatro)

Essa história até hoje é ocultada e silenciada pela imprensa em geral, pois quem podia denunciar isso (a grande imprensa) foi cúmplice e parceira da Globo neste estelionato de mídia. E jamais foi dito que por detrás da trama da derrubada do governo Collor havia um enorme problema de interesses contrariados, numa briga pessoal e direta entre Collor e Roberto Marinho, em que os estudantes foram usados e manipulados para criar a imensa campanha de mídia que teve repercussão nacional, mas que começou exclusivamente pela Rede Globo, e que foi cordeiramente seguida pela serviçal e repulsiva "grande imprensa".

Mas... e PC Farias? Ele era inocente? Como inocentar o "terrível" PC Farias?

PC Farias não tomou um único centavo do governo ou de verbas públicas. Seu grande crime foi tomar dinheiro de particulares, de empresários. Todo o dinheiro que ele arrecadou e amealhou antes, durante e depois da campanha era dinheiro de empresários, que deram a Collor para ter seus interesses protegidos e que Collor simplesmente ousou atropelar, a começar por Roberto Marinho, e por isso foi sacrificado, vilipendiado, execrado e tirado à força da presidência da república (ainda que judicialmente).

Portanto, quando alguém falar ou ouvir falar de Collor como um grande exemplo de corrupção, questione a participação de Roberto Marinho na história. Questione os interesses contrariados de Roberto Marinho. Questione a posição lacaia e serviçal da grande imprensa. Questione o uso dos estudantes manipulados como gado, massa de manobra, travestidos de "caras-pintadas". Questione se houve desvio de um único centavo de verba pública ou se houve algo além de um Fiat Elba. E principalmente, questione a montanha de dinheiro dado a PC Farias pelos empresários corruptos que queriam rifar e lotear o governo Collor."

Nenhum comentário:

Postar um comentário