Não se trata aqui de tentar inocentar o ex-presidente Collor, mas tão somente de fazer uma constatação: Todo o alarde em torno de um propalado mar de corrupção da administração Collor resume-se a uma grande campanha de mídia cujo único dado concreto é um reles Fiat Elba. (É pouco. É muito pouco)
Mas é só isso? Todo esse alarde de "mar de corrupção" só por causa de um reles Fiat Elba? E será que ninguém se interessa em saber como e por que Collor veio a ter essa fama construída pela mídia?
Primeiramente vamos aos fatos. Vamos reviver a história: Collor e Lula disputavam as eleições presidenciais quando num ato de pirataria e estelionato de mídia, manipulando a opinião pública, a Globo vergonhosamente editou o "debate", tirando as partes boas do Lula e privilegiando Collor, na clara intenção em influir na opinião da plebe ignara e eleger o parceiro e companheiro da Globo em negócios televisivos.
De fato, Collor foi eleito com as bençãos e influência da Globo e Roberto Marinho (inclusive o irmão de Collor, Leopoldo, era Diretor Geral da Globo em São Paulo). Entretanto, Collor tinha outras idéias, muito particulares, de como administrar o país e de como deveria ser o "império das comunicações".
Para começar, Collor seqüestrou a poupança do povo (mas depois devolveu), e deixou todo mundo com somente 50,00 na conta. E daí partiu para seu mais violento ataque: Sabendo que a Globo é uma entidade que depende essencialmente do governo (pois sem os "anúncios", reciprocidades e verbas públicas a Globo literalmente quebra), Collor tomou sua mais audaciosa atitude: Ousou quebrar a Globo, simplesmente cortando toda a verba publicitária governamental.
Isso levou a Globo ao pânico e temor profundo. A tal ponto que Roberto Marinho iniciou guerra franca e aberta contra o governo Collor, pintando-o das mais terríveis cores em seus noticiários. Até que, num profundo golpe de sorte, os estudantes do Rio de Janeiro foram para a rua protestar pela meia-entrada e pela carteira de estudante (liderados pelo então vereador do Rio de Janeiro, Edson Santos), quando então a Globo, aproveitando-se do fato, em novo estelionato de mídia, em plano fechado, passou a mostrar estudantes protestando como se fosse contra o governo Collor, trocando a história do protesto dos estudantes pela carteirinha, criando o "Fora Collor".
No dia seguinte, e nos dias que se sucederam, a Globo deu grande destaque ao Lindinho (Lindberg Farias), líder estudantil da UNE, inclusive e principalmente no programa da Xuxa. E a estudantada, como gado, influenciada pelos noticiários da Globo, alienada e querendo aparecer na televisão, saiu bradando pelas ruas, como que saído de um curral, o "Fora Collor", pintando os rostos e criando os "Caras Pintadas". (Tudo isso estimulado e dirigido pela Globo como numa peça de teatro)
Essa história até hoje é ocultada e silenciada pela imprensa em geral, pois quem podia denunciar isso (a grande imprensa) foi cúmplice e parceira da Globo neste estelionato de mídia. E jamais foi dito que por detrás da trama da derrubada do governo Collor havia um enorme problema de interesses contrariados, numa briga pessoal e direta entre Collor e Roberto Marinho, em que os estudantes foram usados e manipulados para criar a imensa campanha de mídia que teve repercussão nacional, mas que começou exclusivamente pela Rede Globo, e que foi cordeiramente seguida pela serviçal e repulsiva "grande imprensa".
Mas... e PC Farias? Ele era inocente? Como inocentar o "terrível" PC Farias?
PC Farias não tomou um único centavo do governo ou de verbas públicas. Seu grande crime foi tomar dinheiro de particulares, de empresários. Todo o dinheiro que ele arrecadou e amealhou antes, durante e depois da campanha era dinheiro de empresários, que deram a Collor para ter seus interesses protegidos e que Collor simplesmente ousou atropelar, a começar por Roberto Marinho, e por isso foi sacrificado, vilipendiado, execrado e tirado à força da presidência da república (ainda que judicialmente).
Portanto, quando alguém falar ou ouvir falar de Collor como um grande exemplo de corrupção, questione a participação de Roberto Marinho na história. Questione os interesses contrariados de Roberto Marinho. Questione a posição lacaia e serviçal da grande imprensa. Questione o uso dos estudantes manipulados como gado, massa de manobra, travestidos de "caras-pintadas". Questione se houve desvio de um único centavo de verba pública ou se houve algo além de um Fiat Elba. E principalmente, questione a montanha de dinheiro dado a PC Farias pelos empresários corruptos que queriam rifar e lotear o governo Collor."
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